
Matão, 04 de março, de 2019.
Ao Gustavo, meu querido “afilhado do coração.”.
Uma mera formalidade, não é oficial, porém o desejo de ambos, sempre foi recíproco.
O sentimento de amor e carinho que tenho por você, sempre prevaleceu.
Tive a oportunidade de ser uma grande artista, quando com carinho me pedia para desenhar elefantes dos mais diversos tamanhos e formas. Depois vieram os cavalos, os cachorros, os jogadores de futebol… Enfim era um prazer muito grande ver em seus olhinhos ainda de criança o brilho de encanto e admiração.
Tornei-me ao seu lado uma grande violinista, quando uma simples capelinha de melão com apenas duas notas musicais se transformou no seu semblante de encantamento, uma sinfonia de Beethoven.
Tentei ser a maior jogadora de vídeo game, porém você sempre foi invencível.
Dava-me aulas de esporte, quando percebi que dominava diversas modalidades esportivas me deixando com o semblante atônito, quando pronunciava nomes de jogadores internacionais com uma facilidade de gênio.
Logo percebi que sua inteligência superava sua dificuldade motora e conversávamos sobre tudo e suas palavras cultas me impressionavam.
Um dia conversamos muito sobre deficiências e diferenças. Eu lhe disse que não existe no mundo ninguém igual a ninguém e que todos possuem algum tipo de deficiência, que muitas vezes não vemos, não são físicas. Porque deficiência não é só física, intelectual e sensorial. Estou falando também das deficiências espirituais, de sentimentos e estados de espírito. Muitas vezes as deficiências que não vemos são os que mais nos limitam e nos impedem de evoluirmos, de nos superarmos de enfrentarmos a vida, de sermos felizes. Estou falando dos medos, da autopiedade, da submissão, do autoritarismo, da introversão, da solidão, da culpa, dos ressentimentos, das mágoas, das rejeições, da ansiedade, do estresse emocional, da impaciência, do orgulho, do egoísmo, da ambição, da tristeza…, o que nos faz deficientes e especiais.
Logo o Gu cresceu e com dez anos de idade me fez um pedido muito especial. Ele me pediu para ser o padrinho do meu filho que ainda nem estava nos meus planos. Hoje o Erick, meu filho com sete anos de idade tem o privilégio de ter um padrinho muito carinhoso e atencioso. Ensina com paciência o afilhado a jogar vídeo game, deixa de assistir seus programas prediletos para deixar o afilhado assistir seus desenhos animados e ainda coloca-o na sua cadeira de rodas motorizada para levá-lo para passear.
Desde que nasceu acompanho o seu desenvolvimento através da sua avó que sempre me contou com detalhes todos os seus tratamentos e comemoramos juntas todas as suas vitórias. Como consequências disso há doze anos, sou formada em fisioterapia e tive a oportunidade de reabilitar muitas crianças com paralisia cerebral.
Tenho muito amor, carinho, gratidão por esse grande homem, por fazer parte da minha vida, da minha história, da minha família, e por me fazer sentir sempre especial ao seu lado e me mostrar que ser feliz não depende das nossas deficiências e sim das nossas superações.
Te amo muito!!!
Para sempre!!!
Tia Méia.
Desejo a você: Sucesso profissional;
Amor à vida;
Deus no coração.
